A história de Beate Uhse, dona do primeiro sex shop do mundo - Sexy One

A história de Beate Uhse, dona do primeiro sex shop do mundo

A história de Beate Uhse, dona do primeiro sex shop do mundo

Você sabe quem foi Beate Uhse? Pois bem, deveria. A empreendedora alemã que criou o primeiro sex shop da história foi ainda piloto de avião durante a Segunda Guerra Mundial, e tem uma história sensacional! Fique sabendo, agora: Ela nasceu em 1919, na (ainda) Prussia, filha de um fazendeiro e uma médica (a mãe dela, aliás, foi uma das cinco primeiras médicas mulheres da Alemanha). Por ter um ambiente familiar bem pra-frentex, ela já sabia muita coisa sobre contracepção e vida sexual desde nova. Quando era criança, ficou maravilhada com a história de Ícaro e decidiu que gostaria, e bastante, de voar. Aos 16, morou um ano na Inglaterra trabalhando como au pair e, depois, graduou em 'economia doméstica' (para a felicidade de seus pais). Reza a lenda que o pai de Beate, ao encontrar-se com um senhor Sachsenberg do Aeroclube alemão, comentou com o cara sobre a loucura da filha dele que tinha encasquetado com a ideia de ser piloto de avião. Onde já se viu, uma mulher piloto de avião? Para a sorte da moça, o tal Sachsenberg adorou a ideia e começou a ensiná-la a voar. Aos 18 anos, ela já mandava muito bem. Foi piloto de teste, dublê de pilotos em filmes e casou-se com o piloto Hans-Jürgen Uhse. Daí, veio a Segunda Guerra Mundial e ela voou pela Luftwaffe enquanto o marido tinha sido alistado. Depois, veio um filho e a notícia de que tinha ficado viúva. Com o fim da guerra, os pilotos da Luftwaffe não podiam mais voar, e Beate viu-se sem ocupação. Mas, aí, ela virou empreendedora (e é agora que a história começa a ficar ainda mais legal). Em 1946, após o fim da guerra, Beate começou a vender produtos de porta em porta – e começou a ouvir histórias de donas de casa por toda Berlim. A maior reclamação das mulheres era que os maridos voltavam da guerra com muita saudade e acabavam engravidando-as, mesmo que a situação econômica fosse terrível e não houvesse condição nenhuma de ter e criar filhos naquele momento. Então, ela lembrou das lições que havia recebido de sua mãe com relação à higiene sexual e contracepção, e bolou um livreto que ensinava as mulheres a perceberem seu ciclo e períodos férteis (tipo uma tabelinha mesmo). Esse livreto, o Pamphlet X, em 1947, já tinha vendido mais de 32 mil cópias. Logo, as mulheres começaram a pedir mais conselhos sobre a vida sexual e, sem demorar muito, Beate já estava vendendo camisinhas e guias de conselhos para o casamento. O serviço, que era só de envio postal, evoluiu para uma loja, que ela abriu em 1962. Os alemães caíram de pau dizendo que os artigos da loja dela incitavam a luxúria de um jeito que a moral não recomendava (bom, estamos em 1962, certo?). A primeira loja especializada em produtos eróticos da história foi discriminada por várias organizações, mas não caiu: em 1996, nasceu o Museu Erótico Beate Uhse de Berlim (pertinho da estação Zoologischer Garten, onde a Christiane F. devia estar dando rolê naquela época) e, em 1999, a companhia foi para o mercado de ações e também fez bastante sucesso. A loja ainda é uma das maiores da Alemanha e o legado de Beate, que morreu em 2001, continua por aí. A história está aqui, e a loja, aqui.