Um tapinha não dói: afinal, o que é BDSM? - Sexy One

Um tapinha não dói: afinal, o que é BDSM?

Um tapinha não dói: afinal, o que é BDSM?

Ainda que tenha ficado mais popular depois da onda de livros e filmes como '50 Tons de Cinza' (que não são lá bons exemplos disso, mas é papo para depois), para muita gente o BDSM ainda está incluído naquele rol de práticas-sexuais-não-convencionais totalmente abomináveis. Eles não poderiam estar mais equivocados. Pra começar, esse universo BDSM já existe há muito tempo no mundo inteiro. Mais do que isso, a chance de aquele pai de dois filhos, contabilista, que dirige um toyota corolla e frequenta o country club todo domingo (qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência) participar de um clube de BDSM semanalmente é muito grande. Lá, ele vai tomar (ou dar) chicotada, sentir dor e prazer e voltar à vida normal muito melhor do que quando entrou. Sem que isso seja da conta de mais ninguém além dele e dos amiguinhos do clube. Portanto, já era o tempo de mandar o 'vade retro' em práticas que podem ser interessantes (e mais: que podem estar aí em algum lugar da sua wishlist) sem ao menos conhecer e saber do que se trata.    

Você disse... BDSM?

  Essa sigla engloba uma série de práticas eróticas e sexuais (mas não necessariamente) que existe há muito tempo: Bondage/Disciplina, Dominação/Submissão, Sadismo e Masoquismo. Um a um, explicamos melhor esses termos: O ato de amarrar pessoas com fins estéticos, de restrição ou pelo prazer erótico é conhecido como Bondage. Essa é uma prática bastante comum – sabe aquela algema que você usou para brincar no motel no aniversário de namoro? Pois é. Há várias técnicas envolvendo cordas, algemas, correntes (haja nó de marinheiro!), e essa prática está relacionada também à Disciplina, que é bem autoexplicativa e envolve disciplinar e/ou ser disciplinado, numa relação de dominação que pode envolver vários brinquedos, como chicotes. Dominação e Submissão têm um pouco a ver com as relações de poder que entram na categoria da Disciplina, mas podem envolver até uma relação de dominação financeira ou de controle da rotina. Nesse ponto, é essencial dizer que Dominação e Submissão, aqui, são práticas consentidas e não têm nada a ver com violência doméstica (que é o negócio realmente abominável da história toda). Sadismo e Masoquismo também são termos que têm conotações um pouco diferentes fora do contexto sexual. Aqui, no entanto, eles referem-se ao prazer sentido em provocar dor em outra pessoa – no caso do Sadismo, que tem esse nome por causa do Marquês de Sade – e o prazer em sentir dor numa relação sexual – o masoquismo, que faz referência a Leopold Masoch.    

Um ou outro fetiche todo mundo tem, não?

  No mínimo, deveria. Ter uma vida sexual ativa e saudável traz uma série de benefícios (entre eles, o de ficar mais relax), mas chegar lá normalmente envolve se despir (han, han?) de uma série de preconceitos e julgamentos culturalmente enraizados. Querer experimentar alguma coisa fora do tradicional papai-e-mamãe não significa que, a partir do dia seguinte, você só vai poder andar vestindo roupas de látex; é possível encontrar vários exemplares da família tradicional brasileira em clubes de BDSM, lugares que prezam por uma prática saudável e segura. Também não é porque você se interessa por BDSM que toda vez que transar vai precisar tirar uma parafernália de couro, correntes e vela derretida da gaveta. Essa é a maior graça do negócio: todo mundo é livre para expressar e viver desejos mais íntimos quando e como quiser. Sem pressão. Praticantes de BDSM podem se relacionar normalmente com outras pessoas e estão liberados para o sexo 'baunilha' (termo usado para se referir às práticas mais convencionais) quando desejarem.    

Palavra de segurança: abóbora

  Sentir muita dor pode liberar uma quantidade de endorfina no corpo humano que é encarada como positiva por algumas pessoas. Depende muito das experiências de cada um, e é importante saber até onde é seguro ir nessa coisa de amarrar, bater e xingar. Por isso, a comunidade BDSM tem um lema que não perde nunca de vista, a tríade SSC. Essa sigla significa que só são aceitas práticas sãs, seguras e consensuais. Assim, todo mundo pode brincar tranquilo e sem correr riscos sérios. Mesmo em casos de dominação e submissão, em que normalmente costuma-se ir um pouco além dos limites, a regra geral é determinar uma palavra de segurança – algo que você normalmente não falaria durante o sexo – que faz a brincadeira toda parar se você não estiver se sentindo confortável. Há clubes, inclusive, que têm pessoas responsáveis por garantir a segurança e a diversão de todo mundo nessas brincadeiras de gente grande.   Fonte (e uma leitura bem legal, em inglês).